terça-feira, 25 de outubro de 2011

Dica de filme: Uma professora muito maluquinha!


Baseado na obra homônima de Ziraldo.
Sinopse extendida:
Cate, uma jovem de 18 anos, quando criança foi enviada à cidade grande para estudar. Ao retornar, agora, ao interior, vem lecionar na escola primária da cidadezinha. Seu comportamento de vanguarda não agradava as professoras conservadoras.
Tudo que fazia o encanto da meninada era motivo de incompreensão por parte dos pais, crítica acirrada das professoras e da diretora da escola. As aulas da Professora Maluquinha eram uma aventura feliz, uma alegre e contínua brincadeira. As outras professoras não aceitavam.
Havia sempre uma frase diferente no quadro e um prêmio novo para quem a lesse mais depressa. E cada dia as crianças liam com mais rapidez. Tinham acabado de descobrir o segredo das letras e das sílabas e já sabiam escrever seus nomes, ler todos os letreiros das lojas, os cartazes do cinema, as manchetes dos jornais e os títulos dos anúncios nas revistas.
Para estimular a leitura, inventou a máquina de ler. Era uma bobina de papel de embrulho de loja, adaptada a uma manivela. Ela girava o rolo cada vez mais depressa e as crianças tinham que acompanhar a leitura das poesias que surgiam.
Cate sempre tinha ideias novas e divertidas. Durante uma aula, levou a turma para assistir “Cleópatra”, no cinema da cidade. Com todas as atividades que a professora inventava, os alunos já conheciam muito da história universal, mas abriam pouco o livro adotado pela escola e o exame final estava se aproximando. Cate, contudo, não parecia preocupada. Se dependesse dela, seus alunos não precisariam nem de prova para passar de ano.
Sobrinha do Monsenhor Aristides, Cate cresceu junto com o afilhado do tio, o Padre Beto, que não dava sossego à Professorinha. Vivia dizendo que ela era uma anarquista muito da maluquinha. Os namoricos da jovem o deixavam mordido de ciúme, mas ele não admitia. Contava tudo ao Monsenhor, que tinha a maior paciência com a sua Maluquinha querida.
Um filme familiar que celebra um ensino com o qual sonhamos, mas que dificilmente praticamos. Justamente porque esbarra na dificuldade de se abrir mão do autoritarismo, com todos os riscos que tal atitude implica, para tornar-se um motivador, capaz de fazer emergir nas crianças o desejo de aprender.

Ficha Técnica
Título original: Uma Professora Muito Maluquinha
Gênero: Comédia
Lançamento (Brasil): 2009
Direção: André Alves Pinto e César Rodrigues
Roteiro: Ziraldo
Produção: Diler Trindade
Produtor executivo: Telmo Maia
Produtor delegado: Geraldo Silva De Carvalho
Direção de produção: Mariangela Furtado
Co-produção: Diler & Associados
Música: Ronald Valle
Som: George Saldanha, Pedro Saldanha
Fotografia: Jacques Cheuiche
Desenho de produção: Ana Schlee
Direção de Arte: Paulo Flaksman
Figurino: Maria Diaz
Edição: João Paulo Carval


 
Trailer:

segunda-feira, 24 de outubro de 2011


Como usar os gêneros nas aulas de Língua Portuguesa

Todo dia, você acorda de manhã e pega o jornal para saber das últimas novidades enquanto toma café. Em seguida, vai até a caixa de correio e descobre que recebeu folhetos de propaganda e (surpresa!) uma carta de um amigo que está morando em outro país. Depois, vai até a escola e separa livros para planejar uma atividade com seus alunos. No fim do dia, de volta a casa, pega uma coletânea de poemas na estante e lê alguns antes de dormir. Não é de hoje que nossa relação com os textos escritos é assim: eles têm formato próprio, suporte específico, possíveis propósitos de leitura - em outras palavras, têm o que os especialistas chamam de "características sociocomunicativas", definidas pelo conteúdo, a função, o estilo e a composição do material a ser lido. E é essa soma de características que define os diferentes gêneros. Ou seja, se é um texto com função comunicativa, tem um gênero.
Na última década, a grande mudança nas aulas de Língua Portuguesa foi a "chegada" dos gêneros à escola. Essa mudança é uma novidade a ser comemorada. Porém muitos especialistas e formadores de professores destacam que há uma pequena confusão na forma de trabalhar. Explorar apenas as características de cada gênero (carta tem cabeçalho, data, saudação inicial, despedida etc.) não faz com que ninguém aprenda a, efetivamente, escrever uma carta. Falta discutir por que e para quem escrever a mensagem, certo? Afinal, quem vai se dar ao trabalho de escrever para guardá-la? Essa é a diferença entre tratar os gêneros como conteúdos em si e ensiná-los no interior das práticas de leitura e escrita.
Essa postura equivocada tem raízes claras: é uma infeliz reedição do jeito de ensinar Língua Portuguesa que predominou durante a maior parte do século passado. A regra era falar sobre o idioma e memorizar definições: "Adjetivo: palavra que modifica o substantivo, indicando qualidade, caráter, modo de ser ou estado. Sujeito: termo da oração a respeito do qual se enuncia algo". E assim por diante, numa lista quilométrica. Pode até parecer mais fácil e econômico trabalhar apenas com os aspectos estruturais da língua, mas é garantido: a turma não vai aprender. "O que importa é fazer a garotada transitar entre as diferentes estruturas e funções dos textos como leitores e escritores", explica a linguista Beth Marcuschi, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
É por isso que não faz sentido pedir para os estudantes escreverem só para você ler (e avaliar). Quando alguém escreve uma carta, é porque outra pessoa vai recebê-la. Quando alguém redige uma notícia, é porque muitos vão lê-la. Quando alguém produz um conto, uma crônica ou um romance, é porque espera emocionar, provocar ou simplesmente entreter diversos leitores. E isso é perfeitamente possível de fazer na escola: a carta pode ser enviada para amigos, parentes ou colegas de outras turmas; a notícia pode ser divulgada num jornal distribuído internamente ou transformado em mural; o texto literário pode dar origem a um livro, produzido de forma coletiva pela moçada.
Os especialistas dizem que os gêneros são, na verdade, uma "condição didática para trabalhar com os comportamentos leitores e escritores". A sutileza - importantíssima - é que eles devem estar a serviço dos verdadeiros Conteúdos os chamados "comportamentos leitores e escritores" (ler para estudar, encontrar uma informação específica, tomar notas, organizar entrevistas, elaborar resumos, sublinhar as informações mais relevantes, comparar dados entre textos e, claro, enfrentar o desafio de escrevê-los). "Cabe ao professor possibilitar que os alunos pratiquem esses comportamentos, utilizando textos de diferentes gêneros", afirma Beatriz Gouveia, coordenadora do Programa Além das Letras, do Instituto Avisa Lá, em São Paulo.
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/generos-como-usar-488395.shtml

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Ler por prazer é o x da questão!

Correr os olhos pelos livros dispostos numa prateleira, escolher um deles e dirigir-se à poltrona mais próxima, seja na biblioteca, na livraria ou na sala de casa. Melhor ainda: deixar-se escolher por uma obra literária. À medida que as páginas são viradas, o leitor se vê transportado para uma espécie de realidade paralela - um mundo inteiramente novo, repleto de descobertas, encantamento e diversão. Pouco importa se quem lê é criança, jovem ou adulto. Menos ainda se o que está sendo lido é poesia, romance ou um livro de auto-ajuda. O que realmente interessa é a cumplicidade entre o leitor e a obra, alicerçada no prazer que só a leitura é capaz de proporcionar.
Ler por prazer é o X da questão. Há quem leia, por exemplo, apenas para se informar, dedicando regulamente algumas horas de seu precioso tempo a jornais e revistas - como você, caro leitor, está fazendo neste exato momento. Trata-se de um hábito mais que saudável, a ser preservado e disseminado, e de suma importância na chamada "sociedade da informação" em que vivemos. Mas ele não necessariamente irá transformar você num apaixonado pela palavra escrita. Da mesma forma, a leitura para estudar, parte da rotina nas salas de aula, tem suas funções pedagógicas, mas não faz despertar a paixão pela literatura. Quem descobre prazer numa obra literária nunca mais pára de ler. Quando chega ao fim de um livro, já está louco para abrir o próximo. E só tem a ganhar com isso.
O papel da escola é fundamental nesse processo. E quem melhor que o professor para despertar em seus alunos o prazer da leitura? São muitas as atividades que podem ser desenvolvidas em sala de aula com esse objetivo. "Promover um debate, por exemplo, para discutir cenas ou situações presentes num livro que acaba de ser lido pela turma é uma prática importante e muitas vezes esquecida", afirma a educadora Maria José Nóbrega. O problema é que o profissional de educação nem sempre conta com os recursos necessários para concretizar essas atividades, ou simplesmente não sabe como implementá-las.
Quando a escola não cumpre esse papel, ganham relevância os inúmeros projetos de fomento à leitura espalhados pelo Brasil. Num país que ainda sofre com deficiências no ensino público e com o alto índice de analfabetos funcionais (aqueles que, embora tenham aprendido a decodificar a escrita, não desenvolveram a habilidade de interpretação de texto), qualquer iniciativa que vise a transformar brasileiros em leitores é extremamente bem-vinda.